quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Druida



Retrato de um amigo muito misterioso ... ele tem A Força, podem acreditar...



segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Ayua

Luciano Alves escreveu um lindo conto para Ayua, traduzindo grande parte daquilo que não consigo contar em palavras, quando fiz esta imagem. Quem quiser conferir, acesse seu blog, http://maquinadeletras.blogspot.com/ .

Ser extra-terrestre procura amigos perdidos prá formar comunidade intergaláctica...

domingo, 19 de outubro de 2008

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Entre mim e eu





Quantas vezes entrei aqui e não soube o que dizer, nem escrever. Como estou longe do meu mundo, como estou distante dos meus filhos, distante da minha arte...por onde ando, eu?
Qual caminho vou seguindo? Fico pensando, sentindo, mas sei que é tudo tão provisório, tão momentâneo, que não sei mais o que sou, quem sou...será que já fui? Estou sendo, ou serei?
Estou cansada de mim. Cansada de si. Cansada de ser o que venho sendo, sem decidir se sou ou não sou. Mas quem é o quê? Quem é nesta vida, quem vem sendo o quê?
Estou cheia e vazia, plena e sombria. Cansada de mim. De minha companhia. Muitos me querem; estou assim porque quero. Ou talvez porque não saiba ser de outro modo. Mas como estou sendo, então, porque me querem? O que sou para o mundo? O que sou para todos? O que vêem em mim, que não me vejo, e que não tenho visto?
Pra quem me vê assim, tão perdida por entre meus pensamentos, entre mim e eu mesma, não sabe o que é vir sendo ser vista e não estar se vendo. Eu que vinha sendo o que achava que era, começo a pensar que nunca fui o que pensava ser. Sou esse ser que pensa e que é, mas que sente que não vem sendo o que foi. Será que serei? Será que não sei?
Se eu fosse você, não seria o que sou. Porque se você fosse eu, o que seria de mim, então? Diga-me, por favor?
Então, eu que venho sendo o que pensava ter sido o que fui, mas senti que não sou mais o que era, porque não tinha sido o que fui, eu que venho tentando saber o que sou, e como é ser o que sou, que não é ser você, mas ser eu em mim mesma, só posso dizer que não sou, nem nunca fui, nem nunca serei. Estou simplesmente sendo. E agora acabou.
Será?

terça-feira, 15 de julho de 2008

Quando Klint passou por mim.




quando fechei minhas mãos em volta das suas
a poeira passou entre meus dedos
e o que era um doce pecado
invadiu meus pensamentos
esfarelou-se
esvaindo-se por todos os lados.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O que fazia mal...



acho que estraguei na segunda...



quarta-feira, 2 de julho de 2008

Teu espelho





Siga em frente. Vire à esquerda, depois à segunda à direita. Faça o retorno, e pegue a direita. Quando passar a ponte, vai encontrar uma rua de paralelepípedos. Vá até o final. Atravesse a avenida, e no terceiro farol vire à direita. Pegue a segunda à esquerda, e novamente a primeira à esquerda. Siga até o fim. Quando chegar numa rua de terra, siga em frente. Na última rua à sua esquerda, vire outra vez. Passe uma casa branca, depois outra verde. A minha casa é amarela, com portões de madeira.
O cão não morde. Pode entrar. Estarei na janela, com o vidro fechado à sua espera.
Tenho cabelos longos e alourados, estarei com uma camisola preta e transparente.
Se quiser, quando chegar, ponho minhas meias pretas com cinta liga e o par de botas... Será que você vai gostar?
Ou me visto de branco, encarnando a pureza, você me olha, eu abaixo meus olhos. Você escolhe.

Deixarei uma rosa vermelha na janela, pra que saiba que estou só. Venha quando puder. Estarei sempre ali, sem nada a fazer, a não ser esperar.
E quando chegar, vai querer meu corpo belo, mas cansado, de tanto esperá-lo.
Mas de nada adianta, porque daqui onde estou, nada mais posso fazer.Não sofro, nem choro e nem me alegro. Fico inerte e tranqüila.
E quando você realmente chegar, verá.

Que estive, estou e estarei sempre aqui , entre dois espelhos, lendo os sonhos de todos os homens. Com um olho aberto e outro fechado, retribuo olhares esguios, pensamentos obscuros e sombrios que um dia me fizeram cegar.

Eu sou o sonho, a fantasia de todos, e todos homens, comigo querem deitar-se. Eu mudo o tempo todo, mas permaneço no mesmo lugar.

De um lado, sou cega. Olhe o reflexo de seu próprio olhar. De outro, estou à espreita. Mostro-lhe o que jamais quis enxergar.

Se quiser me encontrar, sabe onde moro. Eu moro aqui, deste lado do espelho, e estou a sua espera, pra vir me buscar.






(Um delírio antigo, escrito em 2006)




segunda-feira, 30 de junho de 2008

.................


Quando me toca, penso
naquilo que sinto e não falo
Mãos precisas, ternas
tornam-se brutas
Estapeiam-me
Silenciando minha alma
para ouvir teus pensamentos castos.

As imagens fora de foco falam mais...

















do que palavras

borradas...




domingo, 29 de junho de 2008

Uroboro




De tudo que eu li sobre o Uroboro, duas histórias foram as que mais me comoveram.


" ...a doce Lily quedava-se imóvel, olhando fixamente o cadáver sem alma(...) No seu mudo desespero, não procurou ajuda, porque não conhecia nenhuma ajuda. A serpente ia se aproximando cada vez mais(...) Com o seu corpo flexível descreveu um círculo largo a volta do corpo e abocanhou com os dentes a ponta da cauda, e ali permaneceu imóvel."


Numa citação de outra citação, de um outro que citava, dizia que isto foi citado em uma obra de Goethe, datada de 1795.


"Desde que Vulcano acendeu a roda mercurial da angústia, na qual a alma se tinha imaginado, "o seu sentido só subsiste de acordo com a multiplicidade das coisas naturais". Ela está inteiramente submetida ao jogo mutável das paixões.


A alma iluminada aconselha a pobre alma a destruir as larvas da serpente mosntruosa que tem em si, e a encaminhar-se para Cristo, o espírito do amor, que, feito carne, quebrou as portas do Inferno e voltou a abrir o caminho do Paraíso."
( J. Böhme, Theosophische Werke, 1682, citado em Alquimia e Misticismo, por Alexander Roob.)


Quando comecei a me encantar por estas formas, repeti de todos os modos que consegui. Só uma coisa me resta dizer a respeito:

"De tanto ele querer andar na minha frente, acabou ficando prá trás."

E agora posso entender como isso pode acontecer.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

QUEM SOU EU???

Não sou feia nem bela. Nem boa e nem má. Nem nova e nem velha. Já fui de muitas tribos e já dancei muitos rocks; fui hippie, surfer, punk e gótica; já fui de muitos homens e já usei muitos cabelos. Já fui loira, ruiva e morena. Na verdade, hoje quero mais é ser comum. Mas é difícil. Na maioria das vezes, sou um ser humano arrogante, que vive buscando entender as razões de sua própria existência. Alguém que busca a si própria, mas nunca alcança, porque na maioria das vezes, buscar-se pode ser apenas abrir-se...e deixar as coisas virem...


Não é preciso de tantas coisas pra se viver satisfeito. Mas porque estou sempre à procura? Viver cada minuto, cada segundo. O tempo pode ser vivido como um terço, que apanhamos lentamente a próxima conta, depois de largar a outra.


Algumas desilusões me deixaram amarga. Decepções me fortaleceram. Mas não existiu nada, até agora, que tenha me tirado o prazer de viver.
Sou movida pelos mínimos prazeres que o mundo me concede. A chama trêmula de uma vela. O estalar da madeira queimando na lareira num dia chuvoso de inverno. O cheiro da terra molhada depois da chuva. Tirar os sapatos e andar descalça pelo chão frio num dia de calor. Acordar com alguém me olhando nos olhos, ou com o pelo macio da minha gata roçando meu rosto. E o vento? Adoro o vento. Ele penteia as lembranças de minha memória e a deixa pronta pra dar boas vindas a novos momentos...
Coisas comuns e banais, que me fazem viver um dia a mais que ontem.


Na verdade, eu sei o que procuro. Procuro a consistência do mundo. Já fui atrás de todo o amor, de toda a dor, de toda a beleza, de todo o pecado, de toda a pretensa felicidade, de todos os sonhos, do mar revolto, de todo o êxtase, do suicídio, de tudo o que pudesse fazer com que eu me sentisse...viva...e para que soubesse o quanto estou viva, muitas vezes tive que morrer...e muitas vezes morri.

Morri por amor, morri por não agüentar não saber, já morri por descuido, uma distração, um engano, um lapso...já morri por não caber inteira na vida, por não ter quem me quisesse inteira, morri por besteira....morri por você. E ao morrer, pude finalmente entender que a consistência da vida está nos olhos de quem consegue parar o tempo, viver o segundo, o momento, encontrar o tempo lento, antes que se desfaça em pedaços. Ah, se eu soubesse. Eu congelaria tantos momentos...

Aprendi a permanecer nesse silêncio oco. Ouvir meu próprio lamento. A torneira pingando. Meu coração batendo. O barulho do vento. Meus olhos piscando. Vejo tudo num tempo muito lento, onde as coisas se formam e se transformam. Vejo uma rosa nascer. Uma borboleta morrer. O sol repousar. O pássaro cantar. O ninho se desfazer. Um novo amor germinar...
Acordar com suas mãos quentes afagando o meu corpo. A minha pele sensível de sua barba mal feita. O banho purificador depois do amor. O cheiro de café no domingo de manhã. Palavras doces que saem da sua boca.


Mas ainda quero voltar. Voltar a viver. Buscar entender.
E então partir, para mais uma vez, em teus olhos morrer.

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